Formação do solo
Pode um solo derivar-se de qualquer tipo de rocha: sedimentar, ígnea ou metamórfica. Seu caráter ultimado não dependerá, em, exclusivamente, da composição da rocha- máter, mas, em larga extensão, de outros fatores que contribuem para a formação do solo. A parte principal de muitos solos consiste em grãos minerais de vários tamanhos, mas é a presença de organismos e de matéria orgânica (fonte de nitrogênio) que destingui o solo de um simples manto de decomposição. O nitrogênio é essencial ao crescimento das plantas. o tempo é outro fator importante na formação do solo. Os solos de regiões fortemente inclinadas diferencia dos das regiões planas, devido a condição de drenagem e outros.
Designam-se como solos residuais os que descansam sobre a rocha-máter, isto é, a rocha de derivaram. Nesse caso, observar-se uma transição gradual do solo para o subsolo e deste para a rocha-máter. Os solos constituídos de material transportado de pontos mais ou menos afastados por agentes geológicos chaman-se solos transportados
CLASSIFICAÇÃO DO SOLO
Os solos são agrupados em classes determinadas primariamente pelo tipo de clima em que se originaram. No Brasil há designações populares para distinguir tipos de solos. No Estado de São Paulo, dá-se o nome de terra- roxa aos solos originários da decomposição de diabásicos ou basaltos. São solos lateríticos riquíssimos óxidos hidratados de ferro ( e em matéria orgânica, quando virgens) de cor marron-avermelhada. Podem atingir 20m de profundidade. Constituim solos importantes para a cultura do café. A designação massapé é usada no N do Brasil para solos pretos argilosos, calcíferos. Em São Paulo o mesmo nome é aplicado aos solos argilosos, provinientes da decomposição de xistos metamórficos. O salmourão é um solo areno-argiloso, proviniente da decomposição de granitos e gnaísses.
CONTAMINAÇÃO DO SOLO AGRÍCOLA
A origem do inseticida vem desde de 1950 no Estados Unidos, que em seguida foi passando essa tecnologia para os países subdesenvolvidos dizendo que a fome poderiar se vencida se a agricultura adotasse essa e outras medidas. E as assim a venda desse produto foi aumentando cada vez mais na década de 60, 70 e 80 foi a época que ele se expadiu no mercado e até agora ele é muito usado. Dessa forma, tem ínicio um ciclo de desequílibrio que, se não interrompido a tempo, pode causar grandes prejuízos à natureza e conseqüentemente a nós.
Desde de há um tempo, esse procedimentos vêm sendo debatidos e questionados por especialistas no assunto. Afirmam que esse procedimento causa danos aos seres humanos que dependem da natureza para sua alimentação além de causar danos a natureza também. Praticamente não existe, atualmente, um elemento químico que não traga em sua composição elementos quimicos derivados da ultilização de inseticidas e agrotóxicos. Esses alimentos estão, infelizmente, contaminados por esse uso generalizado de substâncias químicas nocivas à saúde humana e dos animais, ao solo e aos vegetais.
O MEIO RURAL BRASILEIRO
O meio rural brasileiro, que se caracteriza pelo predomínio das atividades agropastoris, também apresenta sérios problemas ambientais, especialmente naquelas áreas que passam por um processo de modernização das atividades agrárias, com a mecanização e a introdução de técnicas modernas.
Com a derrubada das matas, a fauna da área tende a extinguir-se, o curso hidrológico passa por alterações, o regime de chuvas se modifica e o próprio gado fica sem sombra para proteger-se do sol nos dias muito quentes.
No Brasil predomina uma agricultura comercial, que se caracteriza por ser altamente mecanizada; em conseqüência disso, é comum a derrubada de árvores visando a que não atrapalhem a ação dos tratores, colheitadeiras, etc.
O excessivo uso dos agrotóxicos constitui outro sério problema ecológico na área rural brasileira: o agrotóxico é muito utilizado na agricultura e na pecuária, para combater as pragas que reduzem as colheitas ou a produtividade do gado. Esse uso excessivo de agrotóxicos, elimina certos tipos de microorganismos que são benéficos às plantas, por serem inimigos naturais das pragas. Os insetos e outras pragas, com o tempo, vão se adaptando aos agrotóxicos através de mutações genéticas, adquirindo imunidade em relação aos produtos químicos utilizados.
O fato de no Brasil predominarem climas quentes e úmidos faz com que os insetos e pragas proliferem bastante; para combate-los os agricultores acabam utilizando-se de fortes doses de veneno; em decorrência disto surge a contaminação dos alimentos (verduras, cereais, frutas), e até o leite.
O uso exagerado de adubos e fertilizantes químicos acaba poluindo também o meio ambiente rural; com as chuvas boa parte é carregada para os rios, poluindo-os; a água das chuvas ao infiltrar-se no subsolo, acaba contaminando os lençóis d’água com cobre, fosfatos, nitratos, etc., que irão comprometer a qualidade da água utilizada pelas populações.
Alguns rios do meio rural além de serem atingidos pelo excesso de agrotóxicos despejados ou carregados pela chuva, também são poluídos por determinadas indústrias instaladas no campo como fábricas de papel e celulose, frigoríficos, curtumes, entre outras.
Mas nem tudo está errado. Algumas iniciativas, tanto públicas quanto privadas, tem possibilitado a recuperação de cursos d’água outrora bastante degradados. É o caso, por exemplo, do rio Tibagi, no Estado do Paraná, que foi alvo durante muito tempo dos dejetos de fábricas de papel e celulose. Hoje, as indústrias tratam os materiais antes de lançar qualquer elemento que possa degradas as águas do rio.
Também as usinas de açúcar e as destilarias de álcool, têm contribuído para uma melhoria nas condições ambientais do meio rural. Até alguns anos atrás, a vinhaça ou vinhoto, um produto resultante da fermentação do álcool da cana-de-açúcar, era despejado nos cursos d’água, o que causava sérios danos, sobretudo à fauna aquática.
COLHEITA CONSCIENTE
Na horta orgânica , onde o resultado procurado e a qualidade dos produtos – sejam eles hortaliças, flores ou frutas – controlar pragas e doenças e tarefa que exige trabalho permanente . É sempre melhor prevenir do que remediar. Para não ser forçado a lançar mão de agrotóxicos ou erradicar canteiros inteiros, o horticultor deve fazer a vistoria diária em toda área, observar a terra ao redor das plantas e das folhas dos dois lados.
Nenhum bicho, inseto ou bactéria ataca de imediato em grande numero principalmente quando a grande variedade de culturas. Eles chegam aos poucos instalam-se e aumentam sua população somente quando as condições lhe são favoráveis. Se construirmos um sistema equilibrado onde haja de tudo um pouco, uma floresta em miniatura, as pragas poderão estar presentes mais dificilmente provocaram danos apreciáveis.
Como tratar sementes
A prevenção de doenças na horta começa pela escolha das sementes elas devem ser compradas de firmas idôneas que garantam o poder de germinação e tratamento especifico. Só que esse tratamento geralmente é feito com pesticidas. Se o produtor quiser obter sementes da sua própria horta, livres de agrotóxicos, deve recorrer a um método muito antigo, reavaliado e recomendado pelo centro nacional de pesquisas de hortaliças, em Brasília que utiliza calor para expurgar das sementes os microorganismos patogênicos.
Esse método é ideal para expurgo de pequenas quantidades de sementes. Os grãos são colocados em saquinhos de algodão e o saquinho e imerso na água que se aquece ate atingir a temperatura apropriada
O saquinho deve ser agitado constante mente para todas as sementes receberem o tratamento igual. Passado o tempo indicado na tabela, resfria-se as sementes em água à temperatura ambiente por alguns minutos. Retira-se, em seguida a água em excesso e espalha-se as sementes sobre jornal, papel absorvente ou pano seco.
A secagem das sementes e tão importante quanto o tratamento pois se elas ficarem úmidas por um período de doze horas acabam germinando e não podem ser mais usadas. Elas devem secar à sombra, em local bem ventilado e, logo que o papel estiver absorvido a água, ele deve ser trocado por outro enxuto, virando-se as sementes, para secarem por igual.
Importante: para cada tipo de doença controlada a uma temperatura exata e um período de tempo preciso, que deve ser rigorosamente observado.
Raiz/folha/fruto
Assim como a esterilização, a rotação de culturas garante o controle das doenças que se alastram pelo solo. Faz-se a rotação da seguinte maneira: quando uma hortaliça é colhida, o canteiro deve ser preparado novamente e ocupado por uma outra espécie , de família diferente e obedecendo à seqüência raiz/folha/fruto. As plantas de famílias e características diferentes raramente são suscetíveis às mesmas doenças havendo rotatividade, os micro organismos que provocam estas doenças não encontram hospedeiras e morrem por falta de alimentos. Algumas culturas chegam mesmo a ser toxicas para os microorganismos maléficos presentes no solo e eliminam quase toda a população.
No inicio parece difícil organizar essa rotação. Mas aos poucos o horticultor vai reconhecendo as melhores combinações e os casamentos indesejáveis. Para alcançar esse conhecimento e preciso observar atentamente as circunstancias em que surgem as pragas e identificar a falha que possibilitou seu aparecimento. No caso da ocorrência de nematóides a rotação deve ser feita com variedades resistentes ou com leguminosa. Esses vermes minúsculos que podem por vezes infestar o solo das hortas e causar grandes prejuízos, morrem quando as reservas de alimento contidas em seus corpos se esgotam. E o limite de resistência deles dificilmente excede o ciclo normal de uma leguminosa.
Para prevenir a ocorrência de nematóides, o plantio de cravo-de-defunto (Tagetes Patula L.)é bastante eficiente. A planta possui uma substancia que repele os nematóides e intoxica aqueles que porventura sugarem suas raízes. Varias moitas de cravo-de-defunto devem ser espalhadas pela horta , especialmente ao lado das culturas mais susceptíveis como tomate, alho-poró, salsão, e cenoura. Quando as folhas do cravo-de-defunto caírem, o miolo contendo as sementes deve ser armazenado para que o horticultor tenha seu próprio estoque para semear, posteriormente, é so esmagar o miolo com os dedos e espalhar as sementes
Fonte:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-solo/formacao-do-solo.php
Intemperismo
Processo ou conjunto de processos combinados químicos, físicos e/ou biológicos de desintegração e/ou degradação e decomposição de rochas causados por agentes geológicos diversos junto à superfície da crosta terrestre.
O intemperismo pode ser: químico, mecânico e biológico.
No tipo de intemperismo químico, destaca-se ação da água da chuva carregada de outros elementos atmosféricos, como o CO2: ela ataca minerais da rocha em sua superfície exposta e em suas fraturas e os decompõem dando origem a novos minerais, estáveis às condições da superfície terrestre, e a solutos que migram pelas fraturas da rocha ou nas águas superficiais em direção ao mar.
No tipo de intemperismo físico ou mecânico destaca-se a ação das variações de temperatura na superfície terrestre o que ocasiona dilatações e contrações nas rochas que se fraturam, favorecendo a degradação por outros agentes também; a dissolução de água em geleiras e sua cristalização em fraturas provoca o esfacelamento em blocos de rocha pelo aumento de volume da água ao formar o gêlo de forma semelhante ao que pode ocorrer com a cristalização de sais com aumento de volume em fissuras de rochas e de minerais.
No intemperismo biogênico é importante a ação dos seres vivos como ouriços, cracas e mexilhões no mar, as raizes de plantas na terra e outros seres que promovem ou auxiliam no processo de intemperismo, podendo-se dizer que, em última análise, estes processos são, na realidade, químicos e/ou físicos, como, por exemplo, ácidos húmicos (químico) e crescimento e expansão de raizes de plantas, de líquens,.. nas fraturas de rochas (físico).
Fonte:http://vsites.unb.br/ig/glossario/verbete/intemperismo.htm
Decomposição do solo e fertilidade
A erosão é um processo natural de desagregação, decomposição, transporte e deposição de materiais de rochas e solos que vem agindo sobre a superfície terrestre desde os seus princípios. Contudo, a ação humana sobre o meio ambiente contribui exageradamente para a aceleração do processo, trazendo como conseqüências, a perda de solos férteis, a poluição da água, o assoreamento dos cursos d'água e reservatórios e a degradação e redução da produtividade global dos ecossistemas terrestres e aquáticos.
Entende-se por erosão o processo de desagregação e remoção de partículas do solo ou fragmentos de rocha, pela ação combinada da gravidade com a água, vento, gelo ou organismos (IPT, 1986).
Os processos erosivos são condicionados basicamente por alterações do meio ambiente, provocadas pelo uso do solo nas suas várias formas, desde o desmatamento e a agricultura, até obras urbanas e viárias, que, de alguma forma, propiciam a concentração das águas de escoamento superficial.
Segundo OLIVEIRA et al (1987), este fenômeno de erosão vem acarretando, através da degradação dos solos e, por conseqüência, das águas, um pesado ônus à sociedade, pois além de danos ambientais irreversíveis, produz também prejuízos econômicos e sociais, diminuindo a produtividade agrícola, provocando a redução da produção de energia elétrica e do volume de água para abastecimento urbano devido ao assoreamento de reservatórios, além de uma série de transtornos aos demais setores produtivos da economia.
A quebra do equilíbrio natural entre o solo e o ambiente (remoção da vegetação), muitas vezes promovida e acelerada pelo homem conforme já exposto, expõe o solo a formas menos perceptíveis de erosão, que promovem a remoção da camada superficial deixando o subsolo (geralmente de menor resistência) sujeito à intensa remoção de partículas, o que culmina com o surgimento de voçorocas (SILVA, 1990).
Quando as voçorocas não são controladas ou estabilizadas, além de inutilizar áreas aptas à agricultura, podem ameaçar obras viárias, áreas urbanas, assorear rios, lagos e reservatórios, comprometendo por exemplo o abastecimento das cidades, projetos de irrigação e até a geração de energia elétrica.
Torna-se, portanto, importante a identificação das áreas cujos solos sejam suscetíveis a esse tipo de erosão, sobretudo, em regiões onde não existem planos de conservação (PARZANESE, G.A.C., 1991), bem como o estudo dos fatores e processos que possam agravar este fenômeno, visando a obtenção de uma metodologia de controle do mesmo.
VASCONCELOS SOBRINHO (1978), considera que existe uma corrida entre a explosão demográfica e o desgaste das terras, operando em sentido oposto, porém somando-se os efeitos, pois, como conseqüência da própria explosão demográfica, a pressão populacional sobre as áreas já ocupadas, conduzem-nas à deterioração cada vez mais rápida.
Os processos erosivos se iniciam pela retirada da cobertura vegetal, seguido pela adução e concentração das águas pluviais na implantação de obras civis (saída de coletores de drenagem em estradas, arruamento urbano, barramento de águas pluviais pela construção de estradas forçando sua concentração nas linhas de drenagem), estradas vicinais, ferrovias, trilhas de gado, uso e manejo inadequado das áreas agrícolas.
A urbanização, forma mais drástica do uso do solo, impõe a adoção de estruturas pouco permeáveis, fazendo com que ocorra diminuição da infiltração e aumento da quantidade e da velocidade de escoamento das águas superficiais.
A erosão acelerada (ação antrópica) pode ser laminar ou em lençol, quando causada por escoamento difuso das águas das chuvas resultante na remoção progressiva dos horizontes superficiais do solo; e erosão linear, quando causada por concentração das linhas de fluxo das águas de escoamento superficial, resultando em incisões na superfície do terreno na forma de sulcos, ravinas e voçorocas (OLIVEIRA, 1994).
A voçoroca é a feição mais flagrante da erosão antrópica, podendo ser formada através de uma passagem gradual da erosão laminar para erosão em sulcos e ravinas cada vez mais profundas, ou então, diretamente a partir de um ponto de elevada concentração de águas pluviais (IPT, 1986).
No desenvolvimento da voçoroca atuam, além da erosão superficial como nas demais formas dos processos erosivos (laminar, sulco e ravina), outros processos, condicionados pelo fato desta forma erosiva atingir em profundidade o lençol freático ou nível d’água de subsuperfície. A presença do lençol freático, interceptado pela voçoroca, induz ao aparecimento de surgências d’água, acarretando o fenômeno conhecido como "piping" (erosão interna que provoca a remoção de partículas do interior do solo, formando "tubos" vazios que provocam colapsos e escorregamentos laterais do terreno, alargando a voçoroca, ou criando novos ramos). Além deste mecanismo, as surgências d’água nos pés dos taludes da voçoroca provocam sua instabilização e descalçamento.
As voçorocas formam-se geralmente em locais de concentração natural de escoamento pluvial, tais como cabeceiras de drenagem e embaciados de encostas. A importância do estudo dos fenômenos associados à formação de voçorocas é estabelecer medidas de prevenção e controle, como também o estabelecimento de técnicas compatíveis ao combate do problema.
Segundo LIMA (1987), o estabelecimento de qualquer processo erosivo requer, antes de tudo, um agente (água ou vento) e o material (solo), sobre o qual agirá, desprendendo e desagregando as partículas e transportando-as. A interação entre material e agente consiste na busca de um estado de maior equilíbrio, antes desfeito de forma natural ou devido a efeitos antrópicos.
Os processos erosivos iniciam-se pelo impacto da massa aquosa com o terreno, desagregando suas partículas. Esta primeira ação do impacto é complementada pela ação do escoamento superficial, a partir do acúmulo de água em volume suficiente para propiciar o arraste das partículas liberadas (IPT, 1991).
A erosão é o processo de desprendimento e arraste acelerado das partículas do solo causado pela água e pelo vento. A erosão do solo constitui, sem dúvida, a principal causa da degradação acelerada das terras. As enxurradas, provenientes das águas de chuva que não ficaram retidas sobre a superfície, ou não se infiltraram, transportam partículas de solo e nutrientes em suspensão. Outras vezes, esse transporte de partículas de solo se verifica, também por ação do vento.
O efeito do vento na erosão é ocasionado pela abrasão proporcionada pela areia e partículas mais finas em movimento. A água é o mais importante agente de erosão; chuva, córregos, rios, todos carregam solo, as ondas erodem as costas dos continentes e lagos, de fato, onde há água em movimento, ela está erodindo os seus limites.
Fonte: www.drenagem.ufjf.br
Em áreas que não necessitam de calagem, a amostragem para fins de indicação de fertilizantes poderá ser feita logo após a maturação fisiológica da cultura anterior àquela que será instalada. Caso haja necessidade de calagem, a retirada da amostra tem que ser feita de modo a possibilitar que o calcário esteja incorporado pelo menos três meses antes da semeadura.
Na retirada de amostra do solo com vistas à caracterização da fertilidade, o interesse é pela camada arável do solo que, normalmente, é a mais intensamente alterada, seja por arações e gradagens, seja pela adição de corretivos, fertilizantes e restos culturais. A amostragem deverá, portanto, contemplar essa camada, ou seja, os primeiros 20 cm de profundidade.
No sistema de semeadura direta indica se que, sempre que possível, a amostragem seja realizada em duas profundidades (0 10 e 10 20 cm), com o objetivo principal de se avaliar a disponibilidade de cálcio e a variação da acidez entre as duas profundidades.
As indicações de adubação devem ser orientadas pelos teores dos nutrientes determinados na análise de solo. Na Tabela 4.1 são apresentados os parâmetros para a interpretação da análise de solo.
Acidez do solo
Os nutrientes têm sua disponibilidade determinada por vários fatores, entre eles o valor do pH, medida da concentração (atividade) de íons hidrogênio na solução do solo.
A Fig. 4.1 ilustra a tendência da disponibilidade dos diversos elementos químicos às plantas, em função do pH do solo. A disponibilidade varia como conseqüência do aumento da solubilidade dos diversos compostos na solução do solo.
Calagem
A determinação da quantidade de calcário a ser aplicada ao solo pode ser feita segundo duas metodologias básicas de análise do solo:
a) Neutralização do Al3+ e suprimento de Ca2+ e Mg2+
Este método é, particularmente, adequado para solos sob vegetação de Cerrados, nos quais ambos os efeitos são importantes.
O cálculo da necessidade de calagem (NC) é feito através da seguinte fórmula:
NC (t.ha-1) = Al3+ x 2 + [2 - (Ca2+ + Mg2+)] (PRNT = 100%)
b) Saturação de bases do solo
Este método consiste na elevação da saturação de bases trocáveis para um valor que proporcione o máximo rendimento econômico do uso de calcário.
O cálculo da necessidade de calcário (NC) é feito através da seguinte fórmula:
em que:
V1 = valor da saturação das bases trocáveis do solo, em porcentagem, antes da correção. (V1 = 100 S/T) sendo:
S = Ca2+ + Mg2+ + K+ (cmolc.dm-3);
V2 = Valor da saturação de bases trocáveis que se deseja;
T = capacidade de troca de cátions, T = S + (H+Al3+)(cmolc.dm-3);
f = fator de correção do PRNT do calcário f = 100/PRNT.
Quando o potássio é expresso em mg.dm-3, na análise do solo, há necessidade de transformar para cmolc.dm-3 pela fórmula:
cmolc.dm-3 de K = (0,0026) mg.dm-3 de K
A saturação de bases é variável para cada estado ou região. Para o Estado do Paraná 70%, para os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, 60%. Nos demais estados da Região Central, formados basicamente por solos sob vegetação de Cerrados, o valor adequado de saturação é de 50%.
c) Calagem para solos arenosos
Quando se tratar de solos arenosos (teor de argila menor que 20%), a quantidade de calcário a ser utilizada (NC) é dada pelo maior valor encontrado de uma destas duas fórmulas:
NC (t.ha-1) = (2 x Al) x f
NC (t.ha-1) = [2 - (Ca + Mg)] x f
Calagem no sistema de semeadura direta
Preferencialmente, antes de iniciar o sistema semeadura direta em áreas sob cultivo convencional, indica-se corrigir integralmente a acidez do solo, sendo esta etapa fundamental para a adequação do solo a esse sistema. O corretivo, na quantidade recomendada, deve ser incorporado, uniformemente, na camada arável do solo, ou seja, até 20 cm de profundidade.
Após a implementação da semeadura direta, os processos de acidificação do solo irão ocorrer e será necessário, depois de algum tempo, a correção da acidez. Para a identificação da necessidade de calagem, o solo já implantado de maneira correta, deve ser amostrado na profundidade de 0 a 20 cm, podendo-se aplicar até 1/3 da quantidade necessária. Para os solos que já receberam calcário na superfície, a amostragem deve ser realizada de 0 a 10 e 10 a 20 cm de profundidade. Portanto, em solos que já receberam calcário em superfície, sugere-se que, para o cálculo da recalagem, sejam utilizados os valores médios das duas profundidades, aplicando-se até 1/3 da calagem indicada.
Qualidade e uso do calcário
Para que a calagem atinja os objetivos de neutralização do alumínio trocável e/ou de elevação dos teores de cálcio e magnésio, algumas condições básicas devem ser observadas:
* todo o calcário deve passar em peneira com malha de 0,3 mm;
* o calcário deve apresentar teores de CaO + MgO > 38%, com preferência ao uso de calcário dolomítico (>12,0% MgO) ou magnesiano (entre 5,1% e 12,0% MgO), em solos com larga relação Ca/Mg (>3/1);
* na escolha do corretivo, em solos que contenham menos de 0,8 cmolc.dm-3 de Mg, deve ser dada preferência para materiais que contenham o magnésio (calcário dolomítico e ou magnesiano) a fim de evitar que ocorra um desequilíbrio entre os nutrientes. Como os calcários dolomíticos encontrados no mercado contém teores de magnésio elevados, deve-se acompanhar a evolução dos teores de Ca e Mg no solo e, caso haja desequilíbrio, pode-se aplicar calcário calcítico (<5,0%>20cm) do calcário nem sempre é possível.
Assim, camadas mais profundas do solo (abaixo de 35cm ou 40cm) podem continuar com excesso de alumínio tóxico. Esse problema, aliado à baixa capacidade de retenção de água desses solos, limita a produtividade, principalmente nas regiões onde é mais freqüente a ocorrência de veranicos (Sousa et al., 1996).
A aplicação de gesso agrícola diminui, em menor tempo, a saturação de alumínio nessas camadas mais profundas. Desse modo, criam-se condições para o sistema radicular das plantas se aprofundar no solo e, conseqüentemente, minimizar o efeito de veranicos. Deve ficar claro, porém, que o gesso não neutraliza a acidez do solo.
O gesso deve ser utilizado em áreas onde a análise de solo, na profundidade de 30 cm a 50 cm, indicar a saturação de alumínio maior que 20% e/ou quando a saturação do cálcio for menor que 60% (cálculo feito com base na capacidade de troca efetiva de cátions). A dose de gesso agrícola (15% de S) a aplicar é de 700, 1200, 2200 e 3200 kg.ha-1 para solos de textura arenosa, média, argilosa e muito argilosa, respectivamente. O efeito residual dessas dosagens é de, no mínimo, cinco anos.
Caso o gesso seja aplicado apenas como fonte de enxofre, a dosagem deve ser ao redor de 350 kg.ha-1 por cultivo.
Exigências minerais e adubação para a cultura da soja
Exigências minerais
A absorção de nutrientes por uma determinada espécie vegetal é influenciada por diversos fatores, entre eles as condições climáticas como chuvas e temperaturas, as diferenças genéticas entre cultivares de uma mesma espécie, o teor de nutrientes no solo e os diversos tratos culturais. Na tabela 4.2, são apresentadas as quantidades médias de nutrientes, contidos em 1.000 kg de restos culturais de soja e em 1.000 kg de grãos de soja.
Diagnose foliar
Além da análise do solo, para indicação de adubação, existe a possibilidade complementar da Diagnose Foliar, principalmente para micronutrientes, pois os níveis críticos desses no solo, apresentados na seção 4.8.6, são ainda preliminares. Assim, a Diagnose Foliar uma ferramenta complementar na interpretação dos dados de análise de solo, para fins de indicação de adubos, principalmente para a safra seguinte.
Basicamente, a Diagnose Foliar consiste em analisar, quimicamente, as folhas e interpretar os resultados conforme a Tabela 4.3. Os trifólios a serem coletados, sem o pecíolo, são o terceiro e/ou o quarto, a partir do ápice de, no mínimo, 40 plantas no talhão, no início da floração. Quando necessário, para evitar a contaminação com poeira de solo nas folhas, sugere-se mergulhá-las em água, simplesmente para a remoção de resíduos de poeira e em seguida colocadas para secar à sombra e após embaladas em sacos de papel (não usar plástico).
Adubação
Nitrogênio
A soja obtém a maior parte do nitrogênio que necessita através da fixação simbiótica que ocorre com bactérias do gênero Bradyrhizobium.
Os procedimentos corretos para a inoculação encontram-se descritos no ítem inoculação.
Região de Cerrados
Adubação fosfatada
A indicação da quantidade de nutrientes, principalmente em se tratando de adubação corretiva, é feita com base nos resultados da análise do solo.
Na Tabela 4.4 são apresentados os teores de P extraível, obtidos pelo método Mehlich I e a correspondente interpretação, que varia em função dos teores de argila.
Duas proposições são apresentadas para a indicação de adubação fosfatada corretiva: a correção do solo de uma só vez, com posterior manutenção do nível de fertilidade atingido e a correção gradativa, através de aplicações anuais no sulco de semeadura (Tabela 4.5).
A adubação corretiva gradual pode ser utilizada quando não há a possibilidade de fazer a correção do solo de uma só vez. Esta prática consiste em aplicar, no sulco de semeadura ou a lanço, uma quantidade de P de modo a acumular, com o passar do tempo, o excedente e atingindo, após alguns anos, a disponibilidade de P desejada. Ao utilizar as doses de adubo fosfatado sugeridas na Tabela 4.5, espera- se que, num período máximo de seis anos, o solo apresente teores de P em torno do nível crítico.
Quando o nível de P no solo estiver classificado como Médio ou Bom (Tabela 4.4), usar somente a adubação de manutenção, que corresponde a 20 kg de P2O5.ha-1, para cada 1000 kg de grãos produzidos.
Adubação potássica
A indicação para adubação corretiva com potássio, de acordo com a análise do solo, é apresentada na Tabela 4.6. Esta adubação deve ser feita a lanço, em solos com teor de argila maior que 20%. Em solos de textura arenosa (< 20% de argila), não se deve fazer adubação corretiva de potássio, devido as acentuadas perdas por lixiviação.
Como a cultura da soja retira grande quantidade de K nos grãos (aproximadamente 20 kg de K2O.t-1 de grãos), deve-se fazer manutenção com 60 kg.ha-1 de K2O. Isso, se a expectativa de produção for de três toneladas de grãos.ha-1, independentemente da textura do solo.
Nas dosagens de K2O acima de 50 kg.ha-1, utilizar a metade da dose em cobertura, principalmente em solos arenosos, 30 ou 40 dias após a germinação, respectivamente para cultivares de ciclo mais precoce e mais tardio.
domingo, 5 de dezembro de 2010
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